Uma cachoeira toda aveludada, uma rua em que se vê o traço das luzes dos carros, um lugar cheio de pessoas borradas demonstrando o movimento… Todas essas são fotos feitas aproveitando os efeitos da longa exposição.

É bem fácil realizar esse tipo de foto: é só colocar a câmera em um tripé e usar um tempo de exposição longo. Desta forma tudo que se mexe na cena irá ficar borrado, criando o efeito de movimento desejado.

Primeiro você deixa o ISO no mínimo (normalmente é o ISO 100 ou 200) e a abertura mais fechada que sua lente permitir (normalmente fica entre f/22 e f/29). Para chegar na fotometria adequada, precisamos então compensar a pouca entrada de luz causada pelo ISO baixo e pela menor abertura com o tempo de exposição bem longo.

Você vai perceber que fica fácil fazer longa exposição à noite. Mas é bem mais complicado quando existe luz demais (como durante o dia ou mesmo no amanhecer ou anoitecer.) Às vezes, mesmo deixando o ISO lá em baixo e o diafragma bem fechadinho, ainda tem luz demais. Aí o tempo de exposição não é longo o suficiente para conseguir o efeito borrado que procuramos.
A solução? Aquele filtro sobre o qual já conversamos na parte sobre equipamentos: o filtro de densidade neutra (ND). Tudo que ele faz é deixar passar menos luz para a câmera, permitindo que você use exposições mais longas sem mudar outras características da foto.

Se você não tem um filtro ND ainda sobram duas opções: usar outros filtros que também deixam passar menos luz (como o filtro polarizador) ou fotografar em RAW superexpondo a foto para arrumar depois na pós-produção. É trapaça, mas o negativo digital consegue manter muitas informações então pode ser uma alternativa pra quando não temos outra escapatória. Foi o que fiz nesta foto:
E se eu não levar o tripé?
É quase impossível fazer longuíssimas exposições sem tripé, mas às vezes dá pra dar um jeito. Tripé é assim: quando você fica com aquela preguicinha de carregar o danado é exatamente quando vai aparecer a oportunidade para usá-lo!
Como não gosto de carregar muitos trambolhos isso acontece bastante comigo. Nesse caso, costumo fazer o seguinte: primeiro apoio a câmera em um lugar sólido e firme (na falta de algo assim na locação você pode sentar no chão e usar o joelho como apoio.) Depois, na hora de clicar, prendo a respiração e aperto o disparador sem soltá-la até o fim da foto.
Não é sempre que funciona, mas depois de uma ou duas tentativas é possível que você tenha sucesso!

A foto sai tremida mesmo com tripé?
Ao apertar o botão disparador você pode fazer a câmera tremer. O ideal, neste caso, é ter um disparador remoto. Ele permite que você aperte um botão longe da câmera, evitando que ela se mexa. A maioria das câmeras atuais permite a conexão da câmera com o smartphone, via wifi, para usar um app como disparador remoto.
Não tem um disparador remoto ou app? Dá para ligar o temporizador da câmera, dando um tempo para ela se estabilizar do seu apertão no disparador antes de começar a exposição.
E mais um detalhe: se a sua lente tem estabilizador, é importante desligá-lo sempre que estiver usando o tripé.
Longuíssimas exposições
Um dos estilos de longa exposição que leva o “longa” a sério é a solarigrafia. Nela, se utiliza uma câmera pinhole para expor uma foto por meses e registrar, assim, a variação da trajetória do sol no céu.

Última revisão em: Set/2025