Fotos noturnas podem ser desafiadoras: é difícil focar, é difícil fotometrar e podemos acabar com um borrão que não diz nada.

Mas não desanime: fotos noturnas podem ser muito divertidas de fazer e depois que a gente pega o jeito, dá vontade de trocar o dia pela noite.
Vou contar alguns truques que me ajudaram a conseguir fotos norturnas mais interessantes e que provavelmente podem te ajudar também.
O amigo tripé
Fotos noturnas normalmente exigem tempos longos de exposição. Embora um tripé seja bastante indicado, eu sei muito bem como tripés são chatos. Eles são grandes e pesados, ocupam espaço e muitas vezes não podem ser levados como bagagem de cabine em viagens de avião. Um tripé grande é indispensável para fotos de estrelas ou de auroras boreais, mas para outras fotos noturnas eu prefiro usar o tripézinho pequeno de pernas flexíveis que já indiquei em outros momentos, do tipo “gorillapod”:

É claro que estes tripés não são tão estáveis quanto um tripé convencional. Use um disparador remoto (a maioria das câmeras atuais possibilita o controle via app) para evitar que o movimento de apertar o botão disparador faça sua foto ficar completamente tremida. Você também podeu usar o temporizador da câmera.
Use o (subsestimado) nivelador da sua câmera
É muito fácil fazer fotos noturnas tortas, pois temos menos referências. Nessa situação o ideal é usar o nivelador embutido da sua câmera para ter horizontes retos. Procure no seu manual: se sua câmera não possui nivelador, use o nivelador de bolha do tripé.
Choveu? Fique feliz!
Chuva costuma ser uma péssima notícia para uma saída fotográfica, mas para fotos noturnas ela é bem vinda. Já notou que na maioria das cenas noturnas dos filmes as calçadas estão molhadas? É que a água reflete a luz, logo a chuva nos ajuda a deixar a cena mais bem iluminada e interessante.
Na próxima vez que chover você já sabe: ao invés de se encolher na cama, bota uma capa de chuva e saia pra fotografar!

Aposte nas aberturas bem fechadinhas
Aberturas mais fechadas (como f/22) permitem exposições mais longas e, consequentemente, conseguimos registrar movimentos de forma interessante.

Por fim… as configurações
Sei que uma das grandes dificuldades da fotografia noturna é a parte mais técnica. Embora cada situação seja única (pra variar!), algumas dicas são válidas:
Para focar: use o liveview (na tela LCD) da câmera e dê zoom para focar manualmente. Normalmente é mais fácil focar em pontos de luz do que em outras áreas. Eu não costumo confiar no foco automático nesses casos.
Para a foto não ficar com muito ruído: aposte na longa exposição ao invés do ISO alto. Eu, pessoalmente, não acho que o ruído é algo tão do mal assim. Veja nas configurações das fotos acima que às vezes “sacrifiquei” o ISO, às vezes a abertura (usando até 1.4!) e, na maior parte dos exemplos, o tempo de exposição (de até 30 segundos.)
Para a foto não ficar tremida: o tripé é seu amigo, mas se não tiver um disponível, apoie a câmera em um banco, no chão, no muro, em qualquer lugar. Só não vale achar que vai ser possível segurar a câmera firme por 2 segundos.
Para a foto não ficar escura: a fotometria de uma cena noturna é diferente da cena diurna. Dificilmente seu fotômetro ficará zerado. Embora, repito, situações diferentes peçam soluções diferentes, lembre-se que a tendência é que o fotômetro fique um ou dois pontos no negativo. Na dúvida, teste e refaça.
Última revisão em: Set/2025