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Parte 4: luz

Usando o flash fora da câmera

O flash em cima da câmera permite modos de iluminação um tanto limitados. Já quando mudamos o posicionamento da luz e das sombras, é possível criar uma veridade de impressões em quem está olhando.

Um dos caminhos para conseguir essa liberdade é usando o flash fora da câmera. E não é difícil! Atualmente, a maioria das câmeras consegue conversar com os flashes da mesma marca mesmo que eles não estejam acoplados nela. Chamamos esta técnica de flash remoto.

A ligação entre câmera e flash

Para que seja possível usar o flash longe da câmera você precisará encontrar uma forma para que eles conversem.

Ilustração de uma câmera e um flash disparando, sem fio. Ao lado, uma câmera ligada a um flash com um fio.

Em algumas situações você pode ligar os dois através de um cabo, mas a liberdade vem mesmo quando conseguimos fazer câmera e flash conversarem sem fio!

Infravermelho

O infravermelho é uma opção interessante e pode ser usado de três formas: com dois ou mais flashes (um fica em cima da câmera e controla os que estão longe), com um transmissor infravermelho (um aparelhinho encaixado na sapata da câmera), ou com a funcionalidade de transmissão de infravermelho embutida da câmera. Vamos por partes:

Se você já tem dois flashes, é possível usar um em cima da câmera para controlar aquele que está longe. O flash que manda é chamado de master, e o flash que é obedece é chamado de slave (sim, parecido com o BDSM). Alguns modelos só podem ser usados como slaves, então é bom prestar atenção na hora da compra.

Se você só tem um flash ou quer usar todos remotamente, pode optar por transmissores infravermelho – eles são pequenos e não muito caros.

A outra opção é usar o transmissor infravermelho embutido da câmera. Muitas delas oferecem essa opção: leia as especificações no manual do seu equipamento para descobrir se essa funcionalidade existe.

Vantagens do infravermelho: você pode usar o TTL e controlar o flash slave de dentro do menu da sua câmera.

Desvantagens do infravermelho: é preciso que o flash esteja visível para a câmera, e quando fotografamos ao ar livre e com muita luz, o alcance do sistema não é muito bom.

Rádio

Ilustração mostrando ondas de rádio saindo de um aparelho em cima da câmera e alcançando um flash remoto.

Outra forma bastante conhecida de disparar um flash remoto é usando um sistema de rádio. Esta ligação é feita acoplando um transmissor na sapata do flash e um receptor no flash.

Existem várias marcas de sistemas à rádio. A maior diferença entre as opções é a capacidade de usar o TTL. Opções de rádio mais baratas só nos permitem usar o flash no manual.

Vantagens do rádio: o alcance é muito maior e não é necessário que o transmissor e o receptor se vejam.

Desvantagens do rádio: as opções que transmitem em TTL são bastante caras, e se você usar as opções mais baratas, com o flash no manual, será necessário ir até ele para mudar configurações.

Como usar o flash remoto?

Ao usar um flash remoto podemos balancear a luz disponível com a luz do flash ou podemos eliminar a luz disponível e usar somente o flash.

Balanceando o flash com a luz disponível

Em algumas situações, como em um retrato com o céu claro, você vai notar que fica difícil fotometrar a pessoa e a paisagem corretamente, pois a diferença de iluminação é muito grande. Ao fotografar com uma exposição adequada para o céu, a pessoa vira uma silhueta. Ao fotografar com uma exposição adequada para a pessoa, o céu fica muito claro.

Duas fotos lado a lado. Na primeira, se vê o céu em alvorada, e uma mancha escura na frente. Na segunda, se vê uma mulher sentada na areia da praia, no mesmo enquadramento da foto anterior, mas o céu está todo superexposto.

Podemos resolver esta situação usando o flash. Usando o modo manual, primeiro descobrimos qual é a exposição adequada para mostrar o céu corretamente. Depois, ligamos o flash e usando o TTL fazemos uma foto. Se você achar que a iluminação do flash deixou a pessoa sub ou superexposta, é possível compensar a exposição do flash para mais ou para menos.

Foto da mulher na praia, desta vez iluminada com o flash – se vê tanto o céu em alvorada quanto os detalhes da modelo.
Giulia. ISO 800, 10mm, f/10, 1/40

Corrigindo a temperatura de cor

Como a temperatura de cor da luz disponível e do flash podem ser diferentes, podemos usar um filtro corretor. Esse tipo de filtro, chamado de gel de correção, é acoplado na frente do flash para mudar sua cor. Também podemos usar esses filtros para criar efeitos.

Ilustração de um flash com um filtro azul cobrindo a parte que emite luz

Usar um gel verde no flash é um dos efeitos mais clássicos para deixar um anoitecer nublado um pouco mais interessante. É fácil: primeiro você coloca o gel verde no flash. Depois, você ajusta sua câmera para a temperatura de cor luz fluorescente. Isso fará com que a pessoa que você está fotografando fique com cores naturais, mas o céu fique mais rosado.

Duas fotos de mulher na praia segurando um cachorrinho labradoodle e com o nascer do sol ao fundo. Na foto da esquerda o céu está com nuvens e cinza. Na foto da direita, usando gel no flash, o céu está lilás.
Sônia e Oliver. ISO 500, 10mm, f/8, 1/6

Eliminando a luz disponível

Quando a luz disponível não nos interessa muito podemos eliminá-la completamente, usando somente o flash como fonte de luz.

Foto de uma mulher grávida nua, usando as mãos para emoldurar a barriga e sendo vista de lado. Ao fundo, uma cortina vermelha.
Patrícia. ISO 100, 70mm, f/2.8, 1/250

É fácil chegar neste resultado: tudo que precisamos fazer é medir a luz disponível e fotometrar subexpondo a cena. Você pode testar a subexposição em -2 ou -3 pontos. Lembre-se de manter o tempo de exposição dentro da janela de sincronismo (1/250). Depois, usamos o flash para criar a luz do zero.

Última revisão em: Set/2025

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